Sete em cada dez estudantes do ensino médio que acessam a internet utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT e Gemini, em pesquisas escolares. O dado é da 15ª edição da pesquisa TIC Educação, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Cetic.br, do NIC.br.
O levantamento mostra que 37% dos alunos do fundamental e médio já recorrem a essas ferramentas — 39% nos anos finais do fundamental e 70% no médio. Apesar do uso crescente, apenas 32% dos estudantes receberam orientação das escolas sobre como utilizá-las. Para a coordenadora do estudo, Daniela Costa, a prática traz novas demandas de curadoria, autoria e avaliação de fontes.
As instituições já debatem o tema com pais e professores: 68% dos gestores relataram reuniões internas e 60% com responsáveis sobre o uso de tecnologias digitais. Embora as regras de celular sejam o foco principal, 40% também discutiram o uso de IA.
A pesquisa ouviu 945 gestores, 864 coordenadores, 1.462 professores e 7.476 alunos de 1.023 escolas públicas e privadas entre agosto de 2024 e março de 2025.
Celulares
O estudo coincidiu com a Lei 15.100/2025, que restringe celulares em escolas. A proporção de instituições que proíbem o uso subiu de 28% em 2023 para 39% em 2024, enquanto as que permitem em alguns horários caíram de 64% para 56%. A redução foi mais acentuada em escolas rurais (47% para 30%), municipais (32% para 20%) e particulares (64% para 46%).
Conectividade
Atualmente, 96% das escolas têm internet, com avanços em instituições municipais (71% em 2020 para 94% em 2024) e rurais (52% para 89%). Porém, persistem desigualdades: enquanto 67% dos alunos da rede estadual usam internet em atividades escolares, apenas 27% dos da municipal têm o mesmo acesso. Além disso, a presença de computadores nas escolas rurais caiu de 46% em 2022 para 33% em 2024.
Formação docente
O estudo também aponta queda na formação tecnológica de professores: 65% fizeram cursos em 2021, contra 54% em 2024. Entre os da rede municipal, a queda foi de 62% para 43%. Ainda assim, 67% dos que passaram por capacitação afirmaram que ela ajudou a orientar melhor os alunos no uso responsável da tecnologia.
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