Neste domingo (21) e na segunda-feira (22), o céu do hemisfério Sul será palco de dois fenômenos astronômicos que se encontram no calendário: um eclipse solar parcial e o início da primavera. A coincidência é científica, mas também tem um quê de poesia.
O eclipse, comparado a uma cortina que se abre, não será visível do Brasil, mas poderá ser acompanhado por transmissão online. A observação direta será possível em locais como o extremo sul da Nova Zelândia, a costa leste da Austrália, algumas ilhas do Pacífico e regiões da Antártica. Nessas áreas, a Lua cobrirá até 80% do Sol, reduzindo de forma significativa a luminosidade por alguns minutos.
O fenômeno ocorre quando a Lua, em fase nova, posiciona-se entre a Terra e o Sol. No caso do eclipse parcial, o alinhamento não é perfeito: a sombra central da Lua (umbra) não atinge a Terra, mas sua sombra parcial (penumbra) sim. O resultado é a imagem de um Sol “mordido” por um disco escuro.
O eclipse terá início às 14h29 (horário de Brasília), alcançará o auge às 16h19 e se encerrará às 18h53. Ele ocorre apenas duas semanas após o eclipse lunar de 7 de setembro, visível no Brasil. Isso porque eclipses solares e lunares costumam vir em pares, separados por cerca de 14 dias, já que dependem do mesmo alinhamento entre Sol, Terra e Lua.
No dia seguinte, 22 de setembro, será a vez do equinócio de primavera, que marca oficialmente a nova estação no hemisfério Sul. O equinócio acontece quando o Sol cruza o equador celeste. É comum dizer que nesse dia a duração do dia e da noite se igualam, mas isso só é válido nas regiões tropicais, como o Brasil. Quanto mais próximo dos polos, maior é a diferença entre as horas de luz e de escuridão, mesmo nesta data.
Na prática, o equinócio representa a virada da estação: o hemisfério Sul passa a receber mais luz solar, e os dias tornam-se gradualmente mais longos, anunciando a chegada da primavera.
jornaldamazonia.com
Foto: Canva/Creative Commoms
