O consumo abusivo de álcool entre mulheres brasileiras triplicou nas últimas quatro décadas e dobrou nos últimos 20 anos, passando de 7,8% em 2006 para 15,2% em 2023, segundo o Ministério da Saúde. O aumento é mais acentuado entre jovens e mulheres negras.
Especialistas apontam fatores como maior inserção feminina em espaços sociais, marketing direcionado e sobrecarga emocional e doméstica como causas do crescimento. O álcool, antes associado ao lazer, tem sido usado como válvula de escape para o estresse e problemas psicológicos.
Apesar do avanço da dependência, apenas uma em cada 18 mulheres com diagnóstico está em tratamento, conforme o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime. O estigma e a falta de rede de apoio dificultam o acesso à ajuda.
No Congresso, projetos como o PL 2.880/2023, que cria um programa de assistência específico para mulheres alcoolistas, e o PL 2.502/2023, que amplia restrições à propaganda de bebidas, buscam enfrentar o problema.
A Organização Mundial da Saúde alerta que não há nível seguro de consumo de álcool e que seus efeitos são mais severos nas mulheres, que metabolizam a substância mais lentamente, ficando mais vulneráveis a doenças hepáticas, cardíacas e câncer de mama.
De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, o abuso de bebidas causa cerca de 105 mil mortes anuais no Brasil, sendo 14% entre mulheres — número que segue em crescimento.
Fonte: jornaldamazonia.com
Foto: AGRJ
