De cada dez brasileiros, nove destacam a violência sexual como o tipo de violação que mais atinge meninas, e 43% a consideram a mais comum no país. Os dados são da pesquisa Percepções sobre violência e vulnerabilidade de meninas no Brasil, do Instituto QualiBest, a pedido da Plan Brasil, divulgada no Dia Internacional da Menina, neste sábado (11).
Além da violência sexual, a pesquisa aponta como recorrentes a física, psicológica/emocional e online, incluindo cyberbullying e exposição de imagens. Gravidez na adolescência, muitas vezes resultante de estupro, foi citada por 56% dos entrevistados.
O levantamento ouviu 824 pessoas de todas as regiões do país, sendo 433 mulheres e 381 homens. Cerca de 90% perceberam a adultização de meninas como forma de violência. Mais da metade (60%) considera que meninas estão muito mais vulneráveis do que há uma década, sensação mais intensa entre pais e mães (69%).
No ambiente digital, 92% afirmam que a internet e redes sociais aumentam a vulnerabilidade das meninas. Entre menores de 18 anos, os perfis mais comuns são Instagram (80%), WhatsApp (75%), TikTok (57%) e YouTube (49%). Um terço publica fotos de forma controlada, enquanto 8% sem restrições. A maioria apoia responsabilização de adultos que explorem meninas online (92%).
Embora 83% considerem a internet o ambiente mais perigoso, estatísticas mostram que a maior parte da violência ocorre dentro de casa, praticada por conhecidos ou familiares. Especialistas alertam que pais e mães podem contribuir para a exposição ao permitirem acesso a fotos e perfis nas redes.
Um fenômeno recente é o uso de deepfake sexual, montagens com inteligência artificial envolvendo meninas, identificado em 16 casos em escolas de dez estados, com 72 vítimas e 57 agressores menores de 18 anos. A SaferNet Brasil alerta que o número real pode ser maior, e que não há monitoramento oficial adequado sobre esses crimes.
jornaldamazonia.com / Com informações da Agência Brasil
