Mais de 3,5 mil quilômetros de estradas ilegais que cruzam a BR-319, no Amazonas, já atingem unidades de conservação e terras indígenas, segundo estudo do Observatório BR-319. O levantamento aponta que esses ramais clandestinos impulsionam desmatamento, grilagem e mineração, especialmente em regiões como Humaitá, Lábrea e na fronteira com Acre e Rondônia.
Pesquisadores destacam que a abertura dessas vias funciona como corredor de entrada na floresta, intensificando conflitos e atingindo povos como os Kaxarari, Tenharim Marmelos e comunidades próximas à Jacareúba-Katawixi, região com presença de indígenas isolados. Representantes indígenas relatam que tratores e maquinário pesado se tornaram comuns nos acessos ilegais, facilitando retirada de madeira, garimpo e expansão da fronteira agrícola.
O estudo também revela que cerca de 80% dos ramais mapeados se sobrepõem a áreas de interesse minerário. Para enfrentar o avanço, o Ministério dos Transportes afirma atuar em parceria com órgãos ambientais e indigenistas para fortalecer a fiscalização e melhorar o monitoramento. A Funai, por sua vez, diz ampliar o uso de sensoriamento remoto e preparar ajustes que permitam identificar com mais precisão a abertura de estradas clandestinas.
Fonte: jornaldamazonia.com
Foto: Orlando K Junior







