Um estudo do Instituto Patrícia Galvão mostra que pelo menos 10% das mulheres brasileiras sofreram estupro durante trajetos de lazer, com índices ainda maiores entre mulheres LGBTQIA+. O levantamento aponta que 98% têm medo de enfrentar violência ao sair à noite e que mulheres negras são mais vulneráveis a importunação, agressões físicas, estupros e racismo.
Além disso, 34% foram vítimas de assalto ou sequestro relâmpago, e 24% sofreram discriminação por características diversas da etnia, chegando a 48% entre mulheres LGBTQIA+. A pesquisa revela que trajetos a pé (73%) e de ônibus (53%) são os mais arriscados, enquanto carros particulares e de aplicativo apresentam menor risco.
A insegurança leva 63% das mulheres a desistirem de sair de casa em algum momento, número que sobe para 66% entre mulheres negras. Para se proteger, a maioria avisa alguém sobre o trajeto, evita locais desertos e busca companhia.
No cenário global, a Organização Mundial da Saúde estima que 840 milhões de mulheres já sofreram violência doméstica ou sexual, e 316 milhões foram vítimas de parceiros nos últimos 12 meses. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, 16% sofreram violência pelo parceiro. Países mais vulneráveis, afetados por conflitos e mudanças climáticas, apresentam taxas ainda mais altas.
O relatório alerta para a necessidade de políticas públicas eficazes, prevenção baseada em evidências, fortalecimento de serviços de saúde e aplicação de leis que protejam e empoderem mulheres e meninas.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil







