Uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) está propondo aos consumidores de chocolate, o consumo de um produto desenvolvido se nenhum grão de cacau. Ou seja, feito com ingredientes alternativos e usando o mesmo malte de cevada que dá origem a cerveja.
A iniciativa é uma resposta à crise de cacau que o mundo enfrentando, a mais de seis décadas. A inovação pode transformar o mercado global com mais sustentabilidade, nutrição e menor impacto ambiental.
Os pesquisadores garantem que o produto é surpreendente. Uma formulação em pó 100% vegetal, criada a partir de resíduos da agroindústria, que imita com louvor o sabor e a textura do chocolate tradicional.
O malte de cevada torrado, o mesmo que dá aquele gostinho tostado nas cervejas escuras, quando moído, misturado a ingredientes como manteiga de cacau, leite em pó ou adoçantes, ele se transforma em um “chocolate alternativo” com personalidade própria.
A pesquisa é liderada pela professora Suzana Lannes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. De acordo com ela, o produto tem mais fibras, prebióticos e é uma alternativa mais barata. “Nossa solução é simples, sustentável, saudável, inovadora, de baixo custo”, destacou.
A crise do cacau
O Brasil já foi um dos maiores produtores de cacau do mundo, com destaque para a Bahia. No entanto, a produção enfrentou desafios, como a praga conhecida como “vassoura-de-bruxa”, que reduziu drasticamente a produtividade. Em 2022, o Brasil produziu 270 mil toneladas de cacau, sendo o sétimo maior produtor mundial.
Mas os desafios não são somente nacionais. O relatório trimestral da Organização Internacional do Cacau, estimou um déficit na produção global de cacau para 2025 – queda agravada por fatores climáticos e crise na produção do fruto na Costa do Marfim, Gama, Camarões e Nigéria.
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