O município de Itapuã do Oeste foi palco pela primeira vez, em 33 anos de emancipação, do lançamento e noite de autógrafo de uma obra que relata a identidade e memória da cidade. O livro “Pedra Bonita: As pedras que contam”, do mestre em história e professor, Anderson de Jesus dos Santos, foi apresentado à população nesta sexta-feira (09), na Câmara Municipal da cidade. O livro foi resultado de dez anos de pesquisa e representa o fortalecimento da identidade, senso de pertencimento local, além de contar a história e a evolução do município ao longo do tempo, bem como, as relações sociais e econômicas da cidade e da Floresta Nacional do Jamari, no período que compreende os anos de 1950 até a década de 1990 do século XX.
Criado dentro da região da mineração, em Itapuã do Oeste, o escritor foi aluno das escolas do município e desde criança já se interessava por história. “Elaborar um projeto como esse demandou muito tempo e estudo. Desde a captação das informações no Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça de Rondônia, até chegar nas primeiras entrevistas com os moradores mais antigos do município. É uma felicidade imensa poder compartilhar com a população anos de estudos e um pouca da história de nossa cidade”, destacou o escritor.
Para Altair Ramos, professor e vice-prefeito, o manuscrito é um marco para a comunidade local. “É uma obra muito importante para todos nós, que moramos aqui e compartilhamos das vivências nesta abençoada terra. Como educador, sei da importância de um exemplar como esse que é fonte de pesquisa e memória para os nossos alunos”, disse.
“Como irmã, vi a batalha do Anderson para a elaboração de toda a pesquisa até chegar nessa formatação. É uma alegria imensa poder vivenciar esse momento, pois sei de toda a dedicação que ele teve para finalizar o livro e poder presentear a população de Itapuã”, disse Andersilane Santos que, atualmente, é secretária-adjunta de educação do município.
Sobre a obra
“Pedra Bonita: As pedras que contam” tratam sobre as relações sociais e econômicas do município. A cassiterita, durante os anos de 1950 passa a ocupar lugar de destaque na economia local, já que a borracha perde sua importância econômica na região e seu valor no mercado internacional. O fim do garimpo manual em 1971 atraiu para a região empresas nacionais e grupos multinacionais, que mudaram alguns aspectos da exploração mineral e as relações de trabalho, de modo a torná-las mais humanas do que eram nos tempos dos seringais e posteriormente dos garimpos. Com o surgimento do povoado de Itapuã do Oeste no final dos anos de 1970, as diferenças entre Itapuã do Oeste e a Mineração Jacundá são imensas do ponto de vista das estruturas básicas de atendimento à sua população, tais como: saneamento básico, prevenção às doenças endêmicas, iluminação pública, educação etc. Porém, com a quebra da cassiterita entre 1989/1990, no mercado internacional, a mineração de cassiterita viveu um processo de adaptação à nova realidade imposta pelo mercado.
Fonte e Imagem: Assessoria
