O mercado de veículos novos apresentou retração em junho, mas encerrou o primeiro semestre com crescimento. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (3) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacadas 1.143.657 unidades entre janeiro e junho, o que representa uma alta de 4,82% em relação ao mesmo período de 2024.
Apesar do avanço semestral, junho registrou queda nas vendas: recuo de 5,66% em comparação a maio e de 0,63% em relação a junho do ano passado. No mês, foram comercializadas 212.897 unidades.
Considerando apenas automóveis e comerciais leves (como picapes e furgões), foram vendidos 1.076.896 veículos no semestre — alta de 5,05%. Já em junho, esse segmento também registrou retração: queda de 5,69% ante o mês anterior e de 0,14% frente ao mesmo mês de 2024, totalizando 202.164 unidades vendidas.
Quando se somam todos os segmentos — automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos — o total de emplacamentos no primeiro semestre foi de 2.187.738, uma expansão de 6,99% na comparação anual. Em junho, contudo, houve queda de 6,36% em relação a maio, com 410.602 unidades comercializadas. Ainda assim, o desempenho mensal foi 2,62% superior ao de junho do ano passado.
Motocicletas seguem como destaque de crescimento
As motocicletas seguem como um dos motores de crescimento do setor. Em junho, foram vendidas 179.358 unidades — um aumento de 8,14% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, as vendas somaram 932.932 motocicletas, crescimento de 10,33% na comparação anual.
Segundo o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, a tendência é que o setor de motocicletas ultrapasse 2 milhões de unidades vendidas em 2025, impulsionado principalmente pelo aumento da demanda por transporte individual e serviços de entrega.
Fatores que impactaram o desempenho
O presidente da Fenabrave, Arcelio Alves dos Santos Júnior, atribuiu o desempenho negativo em junho à menor quantidade de dias úteis no mês. Ele também apontou a taxa básica de juros como fator limitador para o crescimento mais robusto do setor.
“Se não estivéssemos com a taxa Selic em 15%, os resultados seriam ainda melhores”, afirmou.
Além disso, os segmentos de caminhões e implementos rodoviários seguem com desempenho fraco, o que também impactou o ajuste nas projeções para o ano.
Previsão para 2025
A Fenabrave revisou para baixo suas expectativas para o crescimento do setor neste ano. A estimativa para a expansão geral da distribuição de veículos automotores foi ajustada de 7% para 6,2%. Já a projeção para as vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) caiu de 5% para 4,4%.
Apesar disso, a entidade mantém otimismo para a maioria dos segmentos. “Seguimos com perspectiva positiva para motocicletas, automóveis e ônibus. A exceção são caminhões e implementos rodoviários”, afirmou Arcelio.
Fonte: Com informações da Agência Brasil
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