PEC da Segurança é aprovada na CCJ da Câmara e segue para comissão especial

Relator retirou exclusividade da União de legislar sobre segurança pública

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (15) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Foram 43 votos a 23. O texto segue agora para análise em comissão especial da Casa.

A PEC traz alterações na política de segurança pública e foi apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), retirou do seu relatório a prerrogativa exclusiva da União para legislar sobre o tema. Esse foi o principal ponto de embate durante a análise do texto na comissão.

Segundo ele, a prerrogativa de estados e municípios de legislarem sobre segurança pública deve ser preservada. “Acho que o tema da Segurança Pública afeta o dia a dia da população brasileira e, sendo assim, não seria responsável o Congresso abdicar de debater uma PEC enviada pelo poder executivo”, disse.

Mudanças no texto

Dentro do ministério da Justiça, a avaliação é que a alteração apresentada foi “o acordo possível” para permitir que a PEC avance. Os articuladores da pasta afirmam também que a União “não quer usurpar” a competência dos estados.

A mudança atende aos parlamentares, mas mantém a possibilidade de União continuar coordenando o esqueleto da segurança pública e o Sistema Único de Segurança Pública, com integração aos estados. Eles lembram, ainda, que hoje a Constituição já garante que a União trate de regras gerais e o estado atue de forma subsidiária.

Apesar disso, o assunto não é consenso dentro do governo: uma fonte reservadamente avalia que a medida “tira o intuito da centralização” da União sobre a segurança pública e fere o espírito da PEC.

“Esta PEC não dá conta da complexidade, mas é um passo importante para criar um sistema mais racional, que tenha provisão de recurso público, que tenha integração nacional”, disse o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). “Eu defendo que tenha mais precisão na hora de definir “ouvidoria” e “corregedoria”, o controle externo das forças de segurança é fundamental.”

‘Ajustes não alteram essência’

Após a aprovação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que os ajustes realizados pela Câmara dos Deputados na PEC da Segurança Pública não comprometeram os objetivos centrais do texto apresentado pelo governo federal.

“Agradeço à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados pelo elevado espírito público demonstrado na aprovação da PEC da Segurança com pequenos ajustes, que não alteraram a essência da proposta do governo, cujo objetivo é integrar a ação das polícias brasileiras no combate à criminalidade. É um primeiro passo para uma verdadeira reforma da segurança pública no país”, declarou Lewandowski ao jornalista César Tralli.

Fonte: G1

Imagem: Reprodução Ministério da Justiça

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Prev
Câmara aprova isenção de IR para trabalhador que ganha até R$ 5 mil

Câmara aprova isenção de IR para trabalhador que ganha até R$ 5 mil

Relator da proposta ampliou a faixa de redução parcial do imposto

Next
Exército fomenta música erudita com Lei Rouanet

Exército fomenta música erudita com Lei Rouanet

Instituição possui dois projetos autorizados pelo Ministério da Cultura

Total
0
Share