A recente identificação de correntes subterrâneas, chamadas Rio Hamza, sob a Amazônia, está transformando o entendimento da hidrologia terrestre. Pesquisadores do Observatório Nacional do Brasil analisaram dados térmicos de poços perfurados por petrolíferas décadas atrás e encontraram um curso de água a 4 km de profundidade, invisível a olho nu, mas com papel potencial no equilíbrio ecológico da região.
Como foi desvendado o Rio Hamza
Batizado em homenagem ao cientista Valiya Hamza, o curso foi detectado por variações de temperatura no subsolo. Ele corre de forma paralela ao Rio Amazonas, estendendo-se por cerca de 6.000 km, mas com fluxo lento. Sua largura varia entre 200 e 400 km, com vazão de 3.900 m³/s, inferior à do Amazonas, mas suficiente para abrir novos caminhos de estudo sobre águas subterrâneas.
Como definir um rio subterrâneo
A classificação do Hamza como “rio” gera debate. Tradicionalmente, rios são cursos em canais abertos, mas o Hamza se move entre rochas. Questiona-se ainda sua salinidade e contribuição real para os ciclos hídricos da região. Poucos estudos revisados confirmaram sua extensão, mantendo o mistério e exigindo mais dados empíricos.
Qual o impacto nos recursos naturais e no clima
Se confirmado como grande reservatório, o Rio Hamza pode redefinir o manejo da água em tempos de crise climática, servindo como fonte estratégica em cenários de escassez. Sua influência sobre estuários e manguezais — em nutrientes e temperatura — também pode afetar ecossistemas costeiros e até a economia das áreas ligadas.
Que avanços são necessários em pesquisa e desenvolvimento
Para compreender melhor o fenômeno, serão necessárias medições revisadas por pares e novos modelos que incluam variáveis como fluxo, velocidade e composição química. Esses dados orientariam tanto a conservação quanto o uso sustentável, protegendo-o de riscos como mineração e desmatamento.
Qual a repercussão pública e científica
A revelação do Hamza despertou grande interesse público e midiático, muitas vezes tratado como “maravilha oculta da Amazônia”. Contudo, cientistas alertam que o entusiasmo não deve superar as evidências. O entendimento de sua dinâmica ainda é inicial, exigindo cautela até que novas pesquisas confirmem suas reais dimensões e impactos.
jornaldamazonia.com / Com informações do oantagonista.com.br
