Após dois anos de guerra, Israel e Hamas assinam cessar-fogo com troca de reféns

O conflito que abalou o Oriente Médio e deixou mais de 67 mil palestinos mortos
Pessoas comemoram na Praça dos Reféns em Tel Aviv o anúncio de cessar-fogo — Foto: Maya Levin

Israel e o grupo militante palestino Hamas assinaram, nesta quinta-feira (9), um acordo histórico de cessar-fogo e troca de reféns, na primeira etapa da iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim à guerra de dois anos em Gaza — conflito que abalou o Oriente Médio e deixou mais de 67 mil palestinos mortos.

O anúncio foi recebido com alívio e comemoração por israelenses e palestinos, marcando o maior avanço diplomático desde o início da guerra, desencadeada pelos ataques do Hamas em 2023.

De acordo com o pacto, os combates cessarão, Israel retirará parte de suas tropas de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns israelenses ainda vivos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos. Segundo Trump, as primeiras liberações devem ocorrer no início da próxima semana.

Além disso, comboios humanitários com alimentos e medicamentos poderão entrar em Gaza, onde centenas de milhares de civis vivem em abrigos improvisados após a destruição de cidades inteiras pelas forças israelenses.

Desafios e incertezas

Apesar do otimismo, divergências persistem. Fontes palestinas afirmam que a lista final de prisioneiros ainda não foi concluída, e o Hamas insiste na libertação de líderes históricos detidos em Israel.

Outros pontos do plano de 20 etapas de Trump continuam indefinidos, como o futuro governo da Faixa de Gaza e o desarmamento do Hamas — exigência de Israel ainda não atendida.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta resistência interna. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou votar contra o acordo e até deixar o governo se o Hamas não for completamente desmantelado.

Reações nas ruas

Nas cidades de Gaza, o anúncio foi recebido com euforia.

“Graças a Deus pelo cessar-fogo, pelo fim do derramamento de sangue”, disse Abdul Majeed Abd Rabbo, morador de Khan Younis. “Toda a Faixa de Gaza está feliz.”

Em Tel Aviv, familiares dos reféns celebraram na chamada “Praça dos Reféns”.

“Não consigo respirar… é uma loucura”, disse Einav Zaugauker, mãe de um dos sequestrados, emocionada sob sinalizadores vermelhos.

Embora ataques isolados ainda tenham sido registrados, o número de mortos foi bem menor que nas últimas semanas. Testemunhas relataram movimentação de retirada das tropas israelenses, sinalizando o início da desescalada.

Próximos passos

Um porta-voz israelense afirmou que o cessar-fogo entrará em vigor em até 24 horas após a aprovação formal do governo.

Os reféns deverão ser libertados em até 72 horas depois disso. Estima-se que 20 israelenses ainda estejam vivos em Gaza.

Trump anunciou que viajará à região no domingo, possivelmente para participar da cerimônia de assinatura no Egito. Países árabes e ocidentais elogiaram o acordo, visto como uma vitória diplomática para o presidente americano.

O Brasil também celebrou o anúncio

“O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e reafirma a convicção de que a paz duradoura no Oriente Médio passa pela solução de dois Estados”, afirmou o Itamaraty em nota.

jornaldamazonia.com / Com informações do msn/Reuter

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