O Brasil pode enfrentar dificuldades para suprir a demanda de energia elétrica nos horários de pico nos próximos cinco anos, especialmente ao fim do dia, segundo o Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A principal preocupação está na falta de potência suficiente para atender ao aumento da demanda. O ONS aponta a necessidade de acionar usinas termelétricas flexíveis e considera até a volta do horário de verão, suspenso desde o governo Bolsonaro, como alternativa para aliviar o consumo no fim da tarde.
Apesar do crescimento da geração de energia — impulsionada por fontes intermitentes como solar, eólica e mini e microgeração distribuída (MMGD) — essas fontes geram menos energia à noite, justamente quando a demanda por potência é maior.
A previsão é de um acréscimo de 36 GW na capacidade instalada até 2029, alcançando 268 GW. A energia solar deverá representar 32,9% da matriz elétrica nesse período, tornando-se a segunda maior fonte do país.
No entanto, o aumento das renováveis traz desafios operacionais, exigindo maior flexibilidade das hidrelétricas e uso intensivo das térmicas, sobretudo a partir de outubro de 2025. Ainda assim, o ONS não recomenda a contratação de usinas com pouca flexibilidade ou longo tempo de acionamento.
O leilão de potência previsto para 2023 foi cancelado após decisões judiciais e a revogação das regras pelo Ministério de Minas e Energia. A Aneel afirmou que, com nova portaria, poderá organizar um novo leilão com base nos estudos já realizados.
O PEN alerta para risco recorrente de insuficiência de potência (LOLP) entre 2026 e 2029 e reforça a urgência da realização de leilões anuais para garantir o abastecimento. O crescimento de cargas especiais, como datacenters e produção de hidrogênio verde, também preocupa, por sua alta demanda e baixa flexibilidade, especialmente no horário noturno.
Fonte: Com informações da Agência Brasil
Imagem: Marcelo Camargo
