Em depoimento nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel do Exército Mauro Cid afirmou que recebeu do general Walter Braga Netto, dinheiro dentro de uma sacola de vinho para que fosse repassado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids pretos, esquadrão de elite da força.
Cid fez tal afirmação durante interrogatório na ação penal que apura a trama golpista. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o militar é primeiro réu do Núcleo 1 interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe.
Cid que está na condição de delator nas investigações, declarou que não sabe a origem do dinheiro e o valor que estava no pacote. De acordo com as investigações, o dinheiro seria destinado ao financiamento das ações do plano golpista.
“Provavelmente, pelo que a gente sentia das manifestações, era o pessoal do agronegócio que estava ajudando a manter as manifestações em frente aos quartéis”, disse.
Durante o depoimento, Cid também disse que Braga Netto era responsável por trazer informações sobre a movimentação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam em frente aos quartéis do Exército após o resultado das eleições de 2022.
General da reserva e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Foto: Reprodução/ Fernando Frazão / Lula Marques/EBS
