Durante a COP 30, realizada em Belém, representantes da sociedade civil e especialistas em desenvolvimento participaram da Roda de Diálogo sobre Cooperação Internacional para o Desenvolvimento: Desafios atuais e tendências, que discutiu os impactos do desmonte do financiamento internacional e seus efeitos sobre as agendas social e climática.
O encontro destacou que a crise de financiamento na relação Norte-Sul tem afetado diretamente a Agenda do Clima, dificultando a implementação de políticas e projetos voltados à transição ecológica justa e à garantia dos direitos sociais e ambientais. Segundo os participantes, a descontinuidade e fragilidade das relações de cooperação entre países do Norte global e do Sul têm comprometido o avanço de um ecossistema que envolve natureza, povos e territórios.
Nesse contexto, as debatedoras enfatizaram a urgência de fortalecer os mecanismos de cooperação internacional como estratégia essencial para enfrentar as múltiplas crises contemporâneas. A agenda de transição, destacaram, não se limita à justiça climática, mas abrange também a defesa dos direitos sociais, econômicos e culturais, o combate às desigualdades e a luta antirracista, incorporando as perspectivas de raça e gênero como dimensões fundamentais das políticas de desenvolvimento sustentável.
A Roda de Diálogo contou com a participação de Sonia Mota (CESE/BA), Benedita Nascimento (RO), Júlia Esther (Secretaria Executiva do PAD – Processo de Articulação e Diálogo) e Elizety Veiga (MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos). As convidadas trouxeram reflexões sobre os desafios da cooperação internacional em tempos de retrocesso no financiamento e ressaltaram a importância da articulação entre sociedade civil e organismos multilaterais.

Durante o encontro, foi destacado o papel estratégico do Processo de Articulação e Diálogo (PAD) entre a Comunidade Europeia e a sociedade civil brasileira, reconhecido como uma iniciativa fundamental para o fortalecimento da democracia e a promoção dos direitos humanos. O PAD tem funcionado como um espaço de construção coletiva, permitindo que organizações da sociedade civil participem ativamente da formulação de políticas e da cooperação internacional.
Ao final, as participantes reforçaram a urgência de retomar e ampliar as parcerias internacionais, promovendo uma nova agenda de cooperação baseada na solidariedade, na equidade e na justiça social — caminho indispensável para garantir o futuro comum entre povos, territórios e o planeta.
Fonte: jornaldamazonia.com
Imagens: jornaldamazonia.com







