Usando como base o caso do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, encaminhou uma manifestação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugerindo, que seja autorizada a permanência por 24 horas da Polícia Federal dentro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para impedir qualquer tentativa de fuga.
O diretor-geral da PF encaminhou manifestação após decisão do ministro, determinando que que a Polícia Penal do DF monitore o ex-presidente em tempo integral. O documento encaminhado ao STF traz vários apontamentos da PF sobre limitações ao monitoramento proposto pela PGR e autorizado por Moraes.
O chefe da PF cita risco de falhas no monitoramento feito por tornozeleira eletrônica. De acordo com ele, isso dificultaria a ação em tempo hábil da equipe para impedir uma eventual fuga do ex-presidente.
O diretor da PF alerta que a fiscalização no entorno do condomínio exigiria “grande efetivo”. Segundo ele, seria necessária fiscalização minuciosa de todos os veículos que saem do condomínio do ex-presidente, “o que poderia gerar um grande desconforto, em contrassenso ao que propõe a PGR”. A Procuradoria havia defendido a discrição, assim como Moraes.
Andrei Rodrigues relembra o precedente do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau. Ele foi condenado a cumprir pena em regime domiciliar e teve sua aposentadoria cassada após anos de decisões judiciais. No caso do ex-juiz, a PF cuidava de sua custódia, pois a Justiça entendeu que ele tinha problemas de saúde que não poderiam ser atendido em outras instituições prisionais.
Diretor da PF diz afirmou que já entrou em contato com Secretaria Nacional de Políticas Penais para garantir efetivo. Andrei Rodrigues afirma que já combinou com a Senappen para garantir efetivos da Polícia Penal Federal caso o STF autorize a presença de agentes na residência de Bolsonaro.
Moraes já encaminhou o pedido da PF para a PGR avaliar. O ministro só deve decidir sobre a sugestão após a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A casa onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, alugada pelo PL, está em um condomínio exclusivo de Brasília, com aluguel de até R$ 90 mil mensais.
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