O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta terça-feira (23) a 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mantendo a tradição de o Brasil inaugurar os debates. Em um discurso de cerca de 18 minutos, Lula abordou temas internos e internacionais, com críticas a sanções unilaterais, defesa da democracia e apelos por ações climáticas mais firmes.
Sem citar diretamente os Estados Unidos, o presidente condenou “sanções arbitrárias e intervenções unilaterais”, alertando para o crescimento do autoritarismo no cenário global. No campo doméstico, destacou a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), classificando a decisão como um recado contra tentativas de golpe.
Lula também ressaltou a saída do Brasil do Mapa da Fome, mas afirmou que a democracia falha quando convive com desigualdade de gênero e quando migrantes são tratados como culpados pelas crises mundiais.
Outro ponto de destaque foi a crítica às big techs. O presidente lembrou que o Brasil aprovou uma legislação avançada para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital.
Em tom mais duro, Lula classificou como genocídio a ofensiva em Gaza e defendeu o reconhecimento da Palestina como Estado. Ele também chamou atenção para a instabilidade na América Latina, defendendo o diálogo na Venezuela, a paz no Haiti e criticando a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo.
Na agenda ambiental, Lula propôs a criação de um conselho global para monitorar ações contra a crise climática e afirmou que a COP30, marcada para 2025 em Belém, será “a COP da verdade”, cobrando compromissos concretos de redução de emissões.
O discurso foi encerrado com homenagens ao ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e ao Papa Francisco, lembrados por Lula como símbolos de valores humanistas.
