Durante a megaoperação desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, uma mulher foi feita refém por 26 criminosos em uma casa na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio, segundo informações da Polícia Militar.
Um vídeo obtido pelo g1 mostra o momento em que um dos criminosos obriga a refém a filmar a rendição do grupo, pedindo que os policiais não atirem. No registro, ele afirma que todos estão “sem camisa e desarmados” e solicita à polícia “sem esculacho”. É possível ver sangue nas paredes, e um dos homens relata que há “um amigo morto” no chão.
Policiais do Batalhão de Choque encontraram 19 fuzis no imóvel e conseguiram libertar a mulher. Houve confronto, que resultou na morte de um suspeito. Os outros 25 foram presos e levados para a Cidade da Polícia.
A ação faz parte da Operação Contenção, que mobiliza milhares de agentes das forças de segurança estaduais para conter o avanço do Comando Vermelho em comunidades do Rio. A casa onde ocorreu o sequestro funcionava como esconderijo de traficantes fortemente armados. Segundo a PM, a refém foi mantida sob ameaça enquanto os criminosos tentavam resistir à entrada das tropas.
Em outra residência na mesma região, também na Vila Cruzeiro, os policiais apreenderam 200 quilos de maconha.
Com as novas apreensões, o total de fuzis retirados de circulação nesta terça-feira chegou a 75, reforçando o recorde anual já registrado no estado: 668 fuzis apreendidos em 2025, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).

A operação — considerada a mais letal da história do Rio — já soma 64 mortos, incluindo quatro policiais (dois civis e dois militares), além de 81 presos.
A ofensiva, que mobiliza cerca de 2,5 mil agentes, faz parte da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo estadual para frear a expansão territorial da facção.
Entre os detidos estão nomes estratégicos da estrutura do Comando Vermelho, como Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quitungo”, e Nicolas Fernandes Soares, operador financeiro ligado a Edgar Alves de Andrade, o “Doca”.
Em resposta à ação, criminosos promoveram represálias em diversas regiões do Grande Rio, bloqueando vias importantes como a Linha Amarela, a Grajaú-Jacarepaguá e a Rua Dias da Cruz, no Méier.
O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, e a Polícia Militar colocou todo o efetivo nas ruas, suspendendo atividades administrativas.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, a operação foi planejada com antecedência e não contou com apoio federal.
“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro. Essa é uma ação necessária, planejada, baseada em inteligência — e que vai continuar”, afirmou.
jornaldamazonia.com / Com informações do G1
Foto: Mauro Pimentel/AFP
