A Polícia Civil de São Paulo fechou nesta terça-feira (30) uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas em Americana, no interior do estado, e prendeu duas pessoas suspeitas de envolvimento no esquema. No local, uma chácara na zona rural, foram apreendidos cerca de 17,7 mil itens usados na adulteração, incluindo recipientes para armazenamento, transporte de líquidos e garrafas vazias.
Segundo as investigações, no espaço eram produzidos uísque, gim e vodca. Apesar da falsificação, não foi encontrado metanol no local. “Investigávamos há mais de um mês. A fábrica era bem estruturada e abastecia não apenas o comércio local, mas também a capital paulista”, afirmou o delegado Wagner Carrasco.
Os detidos responderão por crimes contra a propriedade material, a saúde pública e as relações de consumo.
Paralelamente, a polícia realizou outras ações no estado. Em São Paulo, mais de 800 garrafas de bebidas suspeitas de adulteração foram apreendidas em fiscalizações entre segunda (29) e terça-feira (30). Os materiais foram encaminhados ao Instituto de Criminalística para análise. Em Mogi das Cruzes, foram recolhidas outras 80 garrafas com indícios de falsificação em uma adega, cujo proprietário é investigado.
As operações ocorrem em meio à apuração sobre intoxicações por metanol em São Paulo. Até o momento, foram confirmadas cinco mortes e sete casos, além de outros 15 suspeitos em investigação, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Ligação de intoxicação com crime organizado
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, informou nesta terça-feira (30) que já foi instaurado inquérito policial para investigar as circunstâncias envolvendo os casos de intoxicação por metanol identificados no estado de São Paulo. Segundo ele, a corporação investiga, inclusive, a ligação da adulteração de bebidas alcoólicas com o crime organizado.
O diretor da PF disse que a investigação dirá se há conexão com o crime organizado baseado em operações anteriores, e que o trabalho será integrado com a Polícia Civil de São Paulo. “A gente vai buscar trabalhar de maneira integrada. São investigações que se complementam com investigações na parte administrativa, com investigação a cargo também da Polícia Civil de São Paulo”, afirmou.
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Foto: PCSP/Divulgação
