O Mirassol vive o melhor momento de sua história. Quarto colocado no Campeonato Brasileiro e com vaga praticamente assegurada na Libertadores de 2026, o clube é considerado um dos exemplos de gestão moderna do futebol nacional. Mas, apesar do sucesso dentro de campo, o Leão da Alta enfrenta um problema sério: descumpre uma exigência obrigatória da CBF ao não manter equipe feminina.
“Por enquanto não temos nada definido ou estruturado sobre o feminino. Mas, tendo em vista que é uma obrigação, vamos seguir”, informou a assessoria do clube ao Campo Delas, do portal iG.
A resposta confirma o atraso. Às vésperas de novembro de 2025, o Mirassol ainda não tem projeto, elenco ou parceria formalizada, o que coloca em risco não só o cumprimento das normas nacionais, mas também a participação na próxima Libertadores. Desde 2019, a Conmebol exige que todos os clubes tenham times femininos ativos.
Exigência antiga, descumprimento atual
De acordo com o Sistema de Licenciamento de Clubes da CBF, em vigor desde 2019, todas as equipes da Série A devem manter times femininos adultos e de base ou firmar parceria oficial com clubes da modalidade. A norma faz parte de um conjunto de medidas de governança alinhadas à Conmebol e à Fifa, que reforçam o compromisso com a igualdade de gênero no esporte.
A regra determina que, ao subir para a elite, o clube apresente a documentação do time feminino antes do início da temporada seguinte. O Mirassol conquistou o acesso no fim de 2024, o que significa que o prazo já expirou há meses.
Risco de punição nacional e internacional
Sem cumprir as exigências do licenciamento, o clube não pode disputar a Série A, segundo o regulamento da CBF. A Conmebol também impede a participação em competições continentais, como a Libertadores e a Sul-Americana, de equipes que não atendem ao requisito.
Nos bastidores, a CBF tem adotado uma postura mais pedagógica, concedendo prazos adicionais a clubes que apresentem projetos em andamento. No entanto, a falta de qualquer estrutura no Mirassol e a ausência de informações oficiais tornam o caso preocupante.
O relógio corre para o Mirassol
Com o fim da temporada se aproximando e o planejamento para 2026 em curso, o Mirassol ainda não tem time feminino, comissão técnica nem registro na Federação Paulista ou na CBF. Enquanto outros clubes já estruturam seus departamentos femininos, o Leão permanece sem avanços concretos.
A situação expõe uma contradição: o clube que se tornou exemplo de eficiência e crescimento rápido no futebol masculino ignora uma das principais regras de governança e igualdade do futebol moderno.
Se o cenário não mudar nos próximos meses, o Mirassol pode ficar fora da Libertadores e até comprometer sua licença para disputar a Série A.
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