Cientistas e organizações cobram veto ao projeto que enfraquece licenciamento ambiental

Texto altera regras e permite autorizações simplificadas

Organizações ambientais, pesquisadores e povos tradicionais pressionam o presidente Lula a vetar integralmente o Projeto de Lei 2159/21, apelidado de “PL da Devastação”, aprovado pela Câmara dos Deputados. O texto altera regras do licenciamento ambiental, permitindo autorizações simplificadas sem estudos de impacto em obras como rodovias, hidrelétricas e mineração.

Para o Observatório do Clima, trata-se do maior retrocesso ambiental desde a ditadura militar. “O Estado perderá controle sobre mais de 80% dos empreendimentos”, alerta Marcio Astrini, secretário-executivo da entidade.

Cientistas como o climatologista Carlos Nobre alertam para o risco de colapso de biomas como Amazônia, Cerrado e Pantanal. A Fundação SOS Mata Atlântica lembra que a proteção legal reduziu drasticamente o desmatamento e que a revogação ameaça compromissos internacionais do Brasil.

Mulheres indígenas também organizam marcha a Brasília. “É o marco legal da destruição”, denuncia Vanda Witoto, do Instituto Witoto. Já organizações internacionais, como a Proteção Animal Mundial e Action Aid, criticam o enfraquecimento do licenciamento e os riscos à fauna, às comunidades tradicionais e ao clima.

Por outro lado, a CNA defende o projeto como forma de modernizar e dar segurança jurídica ao setor produtivo. Já a Contag teme prejuízos à agricultura familiar, à soberania alimentar e ao meio ambiente.

Lula tem até 15 dias úteis para decidir se veta ou sanciona o projeto.

Fonte: Com informações da Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Prev
Com foco na agricultura, Cláudia de Jesus solicita asfalto para estrada em Corumbiara

Com foco na agricultura, Cláudia de Jesus solicita asfalto para estrada em Corumbiara

Next
IOF: Alíquotas mais altas voltam a valer após decisão do STF

IOF: Alíquotas mais altas voltam a valer após decisão do STF

You May Also Like
Total
0
Share