Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, sugere que o fim do universo pode acontecer muito antes do que se estimava anteriormente. A pesquisa, publicada na última segunda-feira (12) na Revista de Cosmologia e Física de Astropartículas, revisou o prazo estimado para o “fim definitivo” do universo de 10¹¹⁰⁰ para cerca de 10⁷⁸ anos.
Embora esse número ainda represente um tempo praticamente inimaginável — com 78 zeros —, ele é drasticamente menor do que o calculado anteriormente. Mesmo assim, os cientistas ressaltam que não há motivo para preocupação: a vida na Terra deve desaparecer muito antes, em aproximadamente 1 bilhão de anos, devido à expansão do Sol.
“O fim do universo pode vir mais cedo do que se pensava, mas isso ainda está longe de acontecer”, afirmou Heino Falcke, físico e autor principal do estudo.
Como o universo chegaria ao fim?
O universo não deixará de existir de forma abrupta. Ele é composto por diversos corpos celestes — como estrelas, planetas, buracos negros e anãs brancas — e o estudo buscou entender quanto tempo levará para que tudo isso desapareça completamente.
A base da pesquisa está na teoria da radiação Hawking, proposta pelo físico Stephen Hawking na década de 1970. Segundo essa teoria, buracos negros não são eternos: com o tempo, eles perdem energia e massa, até evaporarem totalmente.
A novidade do estudo foi aplicar essa mesma lógica às anãs brancas, que são os restos densos de estrelas como o nosso Sol. Embora não sejam tão densas quanto os buracos negros, os cientistas acreditam que elas também poderiam evaporar ao longo de trilhões de trilhões de anos, por meio de um processo semelhante.
“É como uma aspirina se dissolvendo na água: ela não desaparece de uma vez, mas vai sumindo aos poucos. O mesmo pode ocorrer com as anãs brancas”, explicou Walter van Suijlekom, coautor da pesquisa.
E a energia escura?
O estudo também leva em consideração novas descobertas sobre a energia escura, uma força misteriosa que compõe cerca de 70% do universo e que está ligada à sua expansão acelerada.
Pesquisas recentes apontam que essa energia pode estar enfraquecendo. Caso isso se confirme, a expansão do universo pode desacelerar e até se inverter, levando a um possível colapso geral conhecido como Big Crunch — uma espécie de “reverso do Big Bang”.
“Agora existe a possibilidade real de que tudo acabe”, afirmou o cosmólogo Mustapha Ishak-Boushaki, da Universidade do Texas, em entrevista à CBS News.
Para entender melhor esse fenômeno, projetos como a missão Euclid, da Agência Espacial Europeia, e o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, seguem coletando dados. O telescópio Euclid, por exemplo, é equipado com uma câmera de 600 megapixels e um espectrômetro infravermelho, e deve ajudar a esclarecer o papel da energia escura nos próximos anos.
Fonte: Com informações do R7
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