O Censo 2022 revelou um aumento significativo na diversidade étnica indígena no Brasil. O número total de etnias passou de 305, em 2010, para 391, com 335 identificadas em Terras Indígenas (contra 250 em 2010) e 373 fora delas (ante 300 em 2010). O crescimento reflete fatores como movimentos migratórios, urbanização, processos de reafirmação étnica e aprimoramento na coleta de dados pelo IBGE.
O levantamento também registrou, pela primeira vez, a possibilidade de dupla declaração de etnia, usada por 1,43% da população indígena, principalmente jovens até 29 anos em Terras Indígenas.
A população indígena fora de Terras Indígenas cresceu de forma expressiva em áreas urbanas: de 324.834 pessoas em 2010 para 844.760 em 2022, enquanto nas áreas rurais o aumento foi de 80.663 para 227.232 pessoas.
São Paulo lidera em número de etnias, com 271, seguida por Amazonas (259) e Bahia (233). Entre os municípios, São Paulo/SP tem 194 etnias, Manaus/AM 186 e Rio de Janeiro/RJ 176. Cidades médias, como Campinas (SP) e Santarém (PA), também registram grande diversidade devido a universidades, políticas de inclusão e mobilização indígena.
A etnia Tikúna é a mais populosa, com 74.061 pessoas, seguida pelos Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). Alguns grupos, como os Yanomami, permanecem majoritariamente em Terras Indígenas (94,34%), enquanto outros, como os Pankará, têm apenas 0,13% vivendo nessas áreas.
O aumento no número de etnias e a expansão urbana refletem transformações sociais, migrações e maior valorização do pertencimento étnico, resultado de processos de afirmação identitária e avanços metodológicos do Censo.
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