O número de adeptos da umbanda e do candomblé mais que triplicou em dez anos, passando de 0,3% para 1% da população brasileira, segundo o Censo 2022 do IBGE. Agora, 1,849 milhão de pessoas se identificam com religiões de matriz africana.
Especialistas atribuem esse avanço à valorização da identidade afro-brasileira e às ações contra o racismo religioso. O professor e babalaô Ivanir dos Santos lembra que muitos adeptos antes se declaravam católicos ou espíritas por questões culturais. Ele destaca que há ainda uma “dupla pertença”, com rituais afro presentes em práticas católicas.
O aumento é maior entre jovens de 10 a 24 anos, que passaram a representar 25,9% dos praticantes. Para Ivanir, isso é resultado de anos de mobilização e visibilidade das tradições afro-brasileiras.
A professora Christina Vital, da UFF, vê nos dados um reflexo de campanhas iniciadas há duas décadas. Ela destaca também a relação entre identidade racial e religiosidade: 2,3% das pessoas pretas no Brasil seguem religiões afro, demonstrando fortalecimento da consciência racial.
Fonte: Com informações da Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva
